Sunday, February 7, 2016

Em Roma

Manhã reservada para explorar parte da Villa Borghese, o maior espaço verde de Roma: um parque público de 688 hectares, com jardins, estátuas, fontes, bosques, veredas, pavilhões e uma clepsidra. Este espaço apresenta também vários museus, 3 dos quais de primeira categoria, um zoo e uma casa de chá.
Visita à GALLERIA BORGHESE, um dos melhores pequenos museus do mundo. Reúne sob o mesmo teto obras de Bernini e Caravaggio, bem como outras peças clássicas, renascentistas e neoclássicas. O cenário é a belíssima villa do séc. XVII, decorada com frescos e inserida na paisagem verde da villa Borghese que pertenceu outrora ao cardeal Scipione Borghese, mecenas dos jovens Caravaggio e Bernini.
Apolo e Daphne, de Bernini, que representa a ninfa Dafne de cabelo agitado pelo vento, com folhas de louro a brotarem dos seus dedos estendidos, raízes a nascerem dos seus pés e casca de árvore envolvendo o seu corpo delicado. Foi assim que o escultor retratou a sua transformação em loureiro para não ser raptada por Apolo.
O rapto de Perséfone, outra obra de Bernini, que representa Plutão, deus dos infernos a raptar Perséfone, filha de Céres, para que ela se torne sua noiva, enquanto Cérbero, o cão de três cabeças que guarda as portas do inferno tudo observa, para que a pretensão do seu dono seja conseguida. Nesta escultura é marcante o contraste entre a musculatura de Plutão e o delicado e dócil corpo de Perséfone, cujas macias ancas cedem à pressão da mão do divino amante.
David, também de Bernini, capta o momento em que o jovem David, de aspeto tenso e ameaçador está prestes a lançar a pedra que matou Golias. O escultor reproduziu em David o seu próprio rosto. Este David foi a resposta barroca ao David de Miguel Ângelo.
Vénus Victrix (Vénus, a conquistadora), é a obra mais provocante da Galeria Borghese. O escultor António Canova representou Pauline Borghese, irmã de Bonaparte, como Vénus Victrix. A imagem de Pauline, seminua e reclinada num canapé, perturbava todos quantos a viam, que o seu marido chegou a escondeu a estátua e a impedir Canova de a ver.
Na pinacoteca estão guardadas soberbas pinturas do barroco e do renascimento, incluindo a deposição, de Rafael, vários trabalhos de Caravaggio, Dánae de Correggio e trabalhos de Rubens e Ticiano, entre outros…
Passagem pela PIAZZALE DEI CAVALLI MARINI, pela PIAZZA DI SIENA, anfiteatro relvado onde, em maio, se realiza a feira hípica internacional de Roma, pelo TEMPIETTO DE DIANA, de planta circular, pelo TEMPLO DE ESCULÁPIO (imitação de um templo jónico dedicado ao deus grego da saúde, Esculápio, projetado por Antonis Aspurucci, no séc. XVIII), terminando nos JARDINS DO PÍNCIO, um dos locais favoritos dos romanos, decorado com estátuas de grandes figuras nacionais, com uma bela visita sobre Roma e sobre a Piazza del Popolo.
Visita a SANTA MARIA DEL POPOLO, uma das principais igrejas renascentistas de Roma, construída sobre o túmulo de Nero. Pinturicchio e os seus discípulos pintaram frescos em duas capelas e as abóbadas. Bramante construiu o coro e a abside em forma de vieira. Marcillat criou um vital onde descreve a infância de Cristo e a vida da virgem. Rafael criou a capela Chigi, uma combinação de motivos sagrados e profanos, com túmulos em forma de pirâmide e um teto em mosaico representando Deus segurando os signos do zodíaco. Rafael faleceu antes de concluir a capela, tendo esta sido acabada por Bernini, que acrescentou as estátuas de Daniel e Habakkuk. Na igreja também podem ser apreciadas duas pinturas realistas de Caravaggio: a conversão de São Paulo e a Crucificação de São Pedro.
Depois de apreciarmos a PORTA DEL POPOLO, que Miguel Ângelo usou o Arco de Tito como modelo para este portal e a PIAZZA DEL POPOLO, considerada a elegante sala de estar pública de Roma, e cuja fonte central se encontra em obras, deslocámo-nos pelas Vias del Babuino e Margutta, duas ruas especializadas em galerias e antiguidades, e eis-nos chegadas à PIAZZA DI SPAGNA, apinhada de turistas, com a sua SCALINATA DE SPAGNA (a ampla e elegante escadaria no estilo rococó), a IGREJA TRINITÁ DEI MONTI no seu cimo (novamente em obras) e a FONTANA BARCACCIA aos seus pés (irónica fonte de um barco que se afunda, que vaza água em vez de jatos ou borrifos, projetada por Pietro e esculpida pelo seu filho Bernini).
De seguida, deslocámo-nos pelas ruas estreitas e a descer, em direção à FONTANA DI TREVI, a maior e mais famosa fonte de Roma, projetada por Nicola Salvi, em 1762. As figuras centrais são Neptuno ladeado por dois tritões que simbolizam os diferentes estados do mar, um deles tenta domar um cavalo-marinho selvagem, enquanto o outro conduz um animal mais dócil. Quem não se lembra da famosa cena de La Dolce Vita, da Anita Ekberg a tomar banho na fonte. Para nosso descontentamento, a fonte está em obras de limpeza.
Seguimos em direção ao Panteão, com passagem pelas ruínas do TEMPLO DE ADRIANO, construído em 145 d.C e onde subsistem 11 enormes colunas, uma delas com uma cruz esculpida.
Paragem obrigatória na loja BARTOLUCCI, onde as criações de contos de fadas, incluem cavalos de baloiço e pinóquios. Os brinquedos, relógios de corda e móveis são todos feitos em madeira pelos artesãos.
Eis-nos chegadas à PIAZZA DELLA ROTONDA, praça dominada por turistas, cheias de esplanadas e carruagens de cavalos em torno da fonte de Giacomo della Porta (1575), que sustenta um pequeno obelisco egípcio dedicado a Ramsés II.
Nesta praça está localizada uma das maravilhas do mundo, o PANTEÃO, o único templo da Roma clássica, que sobreviveu aos milénios virtualmente inalterado sob a aparência de igreja cristã de Santa Maria ad Martyres. Concebido em 118-125 d.C., pelo Imperador Adriano, um arquiteto amador, compreende a maior cúpula de alvenaria da Europa que é exatamente tão alta como larga (43,3m), possui paredes de 6,2m de espessura e o oculus de 8,3m de diâmetro fornece a luz que dá ao Panteão a sua atmosfera etérea.
O OBELISCO DO ELEFANTE, ali perto, é um exemplo da faceta divertida de Bernini. Este elefante bebé, esculpido por Ercole Ferrata (1667), de acordo com o projeto do seu mestre, suporta um pequeno obelisco egípcio do séc. VI a.C.
PIE’ DI MARMO, é um pé de mármore que pertencia a uma estátua de um templo dedicado a Isis, deusa egípcia.
Chegadas à PIAZZA DI SANT’IGNAZIO, obra prima do urbanismo barroco, com edifícios com paredes de reboco rosa e varandas de ferro. Aí visitámos SANT’IGNAZIO DI LOYOLA, uma igreja barroca dos jesuítas, concluída em 1685, com o interior coberto de pedras preciosas, mármore, estuque e dourados. O mestre do trompe-l’oeil Andrea Pozzo usou essa técnica para criar a ilusão de uma ampla cúpula. Por cima de 4 mulheres que representam a Asia, a Europa, a América e a Africa, anjos e bonitos jovens ascendem aos céus. Pozzo pintou também o belo Glória de Santo Inácio na abóbada.
Passagem pela PIAZZA DE SANT’EUTACHE com vista para a cúpula da IGREJA DE SANT’ IVO, construída por Borromini, no séc. XVII, em direção a SAN LUIGI DEI FRANCESI, a igreja nacional francesa, que possui frescos de Domenichino (1616-17) e três grandes obras de Caravaggio: o Anjo e São Mateus, o Martírio de São Mateus e o Chamamento de São Mateus.
Prosseguimos em direção à IGREJA DE SANT’AGOSTINO, para apreciarmos mais Caravaggios. Nesta igreja pudemos ver também o profeta Isaías, pintado por Rafael (1512) e a venerada e grávida Madonna del Parto, escultura de Jacopo Sansovino.
De seguida, para fugirmos ao calor, visitámos o PALAZZO ALTEMPS, palácio do séc. XV, que alberga parte do “Museo nazionale romano”, um dos mais importantes museus de arte clássica do mundo. Possui estátuas clássicas nas suas salas decoradas com frescos.
Paragem na Cremeria Monteforte, gelataria com um Pinóquio de madeira à porta, para saborearmos o melhor gelado de fragola (morango) da cidade.
Visita a SANTA MARIA SOPRA MINERVA, a única verdadeira igreja gótica da cidade, do séc. XIII, foi construída sobre um templo dedicado a Minerva. A arrojada estátua da Ascenção de Cristo, iniciada por Miguel Ângelo, dá-nos um vigoroso retrato do salvador e os frescos da capela Carafa, são da autoria de Filippino Lippi.
Visita a IL JESÙ, construída no Séc. XVI, foi a primeira igreja jesuíta de Roma. O interior da igreja é um verdadeiro assombro, a primeira impressão é uma explosão de ouro banhada pelo sol. A decoração do teto da nave e da cúpula, da autoria de Baciccia, descrevem o Triunfo do Nome de Jesus, com a ascensão aos céus de anjos e santos. O Triunfo da Fé sobre a Idolatria, em mármore branco, de Pierre Legros e o túmulo de Ignácio, adornado com a maior pedra lápis-lazúli do mundo também podem ser vistos neste local.















 










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