Saturday, February 6, 2016

Em Roma

Começámos o dia no CIRCUS MAXIMUS, seguindo o trajeto das antigas quadrigas. Subida ao Laranjal do PARCO DI S. ALESSIO, pela antiga via Clivio Roccasavella, para apreciarmos a vista.
Entrada na SANTA SABINA, igreja construída sobre o templo de Juno Regina, por volta de 425 d.C., por Pedro da Ilíria. As janelas do séc. IX iluminam a nave ladeada por colunas coríntias e sobre a porta principal está um mosaico azul e dourado, do séc. V, dedicado a S. Pedro.
A seguir fomos, literalmente, olhar pelo buraco de uma fechadura. Através da fechadura de bronze do portão de entrada dos Cavaleiros de Malta surge a cúpula da Basílica de São Pedro, perfeitamente emoldurada por um caramanchão de árvores.
Descemos pelo Jardim de Rosas da cidade e fomos visitar SANTA MARIA IN COSMEDIN, uma igreja do séc. VI, cujo pórtico e o campanário, em estilo românico, foram acrescentados no séc. XII. De seguida, fomos colocar a mão na BOCCA DELLA VERITÀ, a tampa de uma antiga cisterna. Reza a lenda que a boca se fecha sobre a mão dos mentirosos.
Com as mãos intactas, apreciámos a vista do FORO BOARIO, antigo mercado do gado, com o templo retangular dedicado a Portuno, Deus dos rios e dos portos, e o templo circular dedicado a Hércules. Os pinheiros mansos e a Fontana dei TRITONI, de Carlos Bizzaccheri, embelezam o local.
Tempo para apreciarmos a PONTE ROTTO, ou ponte quebrada. Foi a primeira ponte de Roma construída em pedra, no séc. II a. C. e é hoje um arco em ruínas no rio Tibre.
Passagem para a margem esquerda do Tibre, para visitarmos o bairro Trastevere, antigo gueto da classe trabalhadora que reteve o seu carácter medieval, não obstante o grande número de restaurantes e bares aí existentes.
Passeámos pelas ruas estreitas, até à Piazza S. Maria in Trastevere, uma perfeita praça de bairro, com cafés, lojas, um restaurante e um palácio do séc. XVII contínuo a uma igreja medieval. A fonte decorada com conchas de Carlo Fontana (1682) encima um pedestal cujos degraus servem de assento aos turistas estafados e apreciadores de gelados.
Visita a SANTA MARIA IN TRASTEVERE, talvez a mais antiga igreja de Roma. Datada de 217-222 d.C. foi um dos primeiros centros de culto mariano, e é a única igreja medieval de Roma que não foi modificada pelo tempo ou pelos entusiastas do período barroco. Reza a lenda que foi fundada no local onde brotou azeite no dia do nascimento de Cristo. O milagre é representado nos mosaicos da vida da Virgem (1291), de Pietro Cavallini, que revestem a parte inferior da abside. A atual igreja, apresenta mosaicos do séc. XIII, 22 colunas antigas e um pavimento cosmatesco. Há ainda uma pintura do séc. VII, a Madonna della Clemenza, representada como uma imperatriz bizantina, rodeada por um séquito de anjos.
Seguimos para a VILLA FARNESINA, uma pequena pérola decorada por alguns dos melhores artistas do Renascimento. Peruzzi pintou o horóscopo de Chigi no teto de uma das salas do piso térreo e a salla della prospettiva, no piso superior, onde os frescos criam a ilusão de olhar para Roma do séc. XVI através de uma colunata de mármore, Sebastiano del Piombo pintou cenas das Metamorfoses de Ovídio e Rafael a sensual Galateia e as Três Graças, na loggia de Cupido e Psique. O quarto do primeiro andar contém A noite de núpcias de Carlos Magno (1517), de Sodoma.
Passagem, novamente, para a margem direita do rio Tibre, em direção ao Campo de’ Fiore.
Pausa para degustarmos uns docinhos da Sicília, devidamente acompanhados por granizados de café e de limão, na Pasticceria I dolci di Nonna Vincenza.
Seguimos para o CAMPO DE’ FIORE, uma autêntica explosão de cores, cheiros e ruídos durante a feira matinal, que ocorre desde a Idade Média. Sombriamente, era também o local das execuções da Inquisição, como é atestado pela austera estátua embuçada do filósofo Giordano Bruno, queimado neste local, em 1600.
Na PIAZZA FARNESE, apreciámos a fachada do PALAZZO renascentista que deu nome à praça e admirámos as fontes gémeas, constituídas por bacias de pedra das Termas de Caracalla. Embrenhámo-nos pelos becos labirínticos que ladeiam esta zona e, na via del Pelegrino, passámos por uma pequena e dilapidada arcada para acedermos ao pequeno e discreto pátio ARCO DEGLI ACETARI, imutável desde a Idade Média.
De seguida, fomos explorar aquela que é considerada a mais bela praça de Roma, a PIAZZA NAVONA. Construída sobre o antigo estádio de Domiciano, conforme se depreende da sua forma oval alongada, está decorada com fontes e flanqueada por palácios, igrejas e cafés requintados. Bernini desenhou a FONTANA DEI QUATTRO FIUMI, ao centro, que exibe na base de um obelisco, estátuas que representam os quatro maiores rios do mundo na época: (o Nilo, o rio da Prata, o Ganges e o Danúbio) e acrescentou a figura do mouro à fonte sul, a FONTANA DEL MORO.
Na praça, entrámos na loja Al Sogno e desfrutámos de uma viagem nostálgica à nossa infância, entre bonecas e casas de bonecas, ursos de pelúcia em tamanho (quase) real e todo o tipo de brinquedos tradicionais e artesanais. De seguida, demos um pulinho ao corso rinascimento e fomos explorar a loja Ai monasteri, que vende apenas produtos caseiros confecionados em mosteiros de toda a Itália, desde, mel, licores, cosméticos, elixires, entre outros.
No fim da via di S. Maria Dell’Anima, encontrámos o PASQUINO, uma estátua sem rosto, nem braços que, desde 1501, tem sido uma das mais sonoras statue parlante da cidade, por meio de placas que gracejadores anónimos lhes penduravam ao pescoço.
De seguida, fomos explorar a VIA DEI CORONARI, assim chamada devido aos artesãos e vendedores de rosários que dominavam a rua nos tempos em que era a principal rota de peregrinação para São Pedro. Esta rua é hoje famosa pelos seus antiquários.
Na via dei Portoghesi, visitámos IGREJA SANT’ANTONIO DEI PORTOGHESI, uma joia barroca, onde se fazem muitos concertos de órgão. Em frente à igreja pudemos observar a Torre della Scimmia, um raro vestígio da Roma medieval.
De volta à praça Navona, onde apreciámos o bulício dos artistas de rua e dos turistas, enquanto degustávamos os nossos TARTUFOS (pecaminosas bolas de gelado artesanal, onde raspas grossas de chocolate negro cobrem a bola de gelado de chocolate, com recheio de fudge e uma cereja, rematadas com creme de chantilly, uma bolacha de manteiga fina em forma de coração e um charuto de bolacha), do café histórico Tre Scalini.
Energias repostas, fomos visitar o interior da SANT’ AGNESE IN AGONE, igreja construída em honra de uma adolescente, Santa Inês, que foi despida num bordel, mas cujo cabelo cresceu por milagre para cobrir a sua nudez. A fachada de Borromini é um jogo maravilhoso de formas côncavas e convexas.
Despedimo-nos da Piazza Navona e fomos visitar a CHIESA NUOVA, de 1575, onde Piero da Cortona pintou a cúpula e a abside e Rubens tem três telas expostas.
De seguida, SANT’ ANDREIA DELLA VALLE, igreja conhecida por ser o cenário do primeiro ato da Tosca, de Puccini. Esta igreja possui a segunda maior cúpula da cidade, uma exuberante fachada barroca assimétrica (só um anjo, à esquerda, sustenta o nível superior) e, no interior, alguns esplêndidos frescos de Domenichino.
No percurso para a Piazza Campitelli, deparamo-nos com a FONTANA DELLE TARTARUGHE, uma obra de três artistas. Giacomo della Porta desenhou a fonte, entre 1581 e 1584, Taddeo Landini, esculpiu os quatro rapazes de bronze e, em 1658, foram acrescentadas as tartarugas, possivelmente, por Bernini.
Finalizámos o dia, onde o havíamos iniciado, no CIRCUS MASSIMUS.






























                                                                                  :)

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