Começámos
o dia no CIRCUS MAXIMUS, seguindo o trajeto das antigas quadrigas.
Subida ao Laranjal do PARCO DI S. ALESSIO, pela antiga via Clivio
Roccasavella, para apreciarmos a vista.
Entrada
na SANTA SABINA, igreja construída sobre o templo de Juno Regina,
por volta de 425 d.C., por Pedro da Ilíria. As janelas do séc. IX
iluminam a nave ladeada por colunas coríntias e sobre a porta
principal está um mosaico azul e dourado, do séc. V, dedicado a S.
Pedro.
A
seguir fomos, literalmente, olhar pelo buraco de uma fechadura.
Através da fechadura de bronze do portão de entrada dos Cavaleiros
de Malta surge a cúpula da Basílica de São Pedro, perfeitamente
emoldurada por um caramanchão de árvores.
Descemos
pelo Jardim de Rosas da cidade e fomos visitar SANTA MARIA IN
COSMEDIN, uma igreja do séc. VI, cujo pórtico e o campanário, em
estilo românico, foram acrescentados no séc. XII. De seguida, fomos
colocar a mão na BOCCA DELLA VERITÀ, a tampa de uma antiga
cisterna. Reza a lenda que a boca se fecha sobre a mão dos
mentirosos.
Com
as mãos intactas, apreciámos a vista do FORO BOARIO, antigo
mercado do gado, com o templo retangular dedicado a Portuno, Deus dos
rios e dos portos, e o templo circular dedicado a Hércules. Os
pinheiros mansos e a Fontana dei TRITONI, de Carlos Bizzaccheri,
embelezam o local.
Tempo
para apreciarmos a PONTE ROTTO, ou ponte quebrada. Foi a primeira
ponte de Roma construída em pedra, no séc. II a. C. e é hoje um
arco em ruínas no rio Tibre.
Passagem
para a margem esquerda do Tibre, para visitarmos o bairro Trastevere,
antigo gueto da classe trabalhadora que reteve o seu carácter
medieval, não obstante o grande número de restaurantes e bares aí
existentes.
Passeámos
pelas ruas estreitas, até à Piazza S. Maria in Trastevere, uma
perfeita praça de bairro, com cafés, lojas, um restaurante e um
palácio do séc. XVII contínuo a uma igreja medieval. A fonte
decorada com conchas de Carlo Fontana (1682) encima um pedestal cujos
degraus servem de assento aos turistas estafados e apreciadores de
gelados.
Visita
a SANTA MARIA IN TRASTEVERE, talvez a mais antiga igreja de Roma.
Datada de 217-222 d.C. foi um dos primeiros centros de culto mariano,
e é a única igreja medieval de Roma que não foi modificada pelo
tempo ou pelos entusiastas do período barroco. Reza a lenda que foi
fundada no local onde brotou azeite no dia do nascimento de Cristo. O
milagre é representado nos mosaicos da vida da Virgem (1291), de
Pietro Cavallini, que revestem a parte inferior da abside. A atual
igreja, apresenta mosaicos do séc. XIII, 22 colunas antigas e um
pavimento cosmatesco. Há ainda uma pintura do séc. VII, a Madonna
della Clemenza, representada como uma imperatriz bizantina,
rodeada por um séquito de anjos.
Seguimos
para a VILLA FARNESINA, uma pequena pérola decorada por alguns dos
melhores artistas do Renascimento. Peruzzi pintou o horóscopo de
Chigi no teto de uma das salas do piso térreo e a salla della
prospettiva, no piso superior, onde os frescos criam a ilusão de
olhar para Roma do séc. XVI através de uma colunata de mármore,
Sebastiano del Piombo pintou cenas das Metamorfoses de Ovídio
e Rafael a sensual Galateia e as Três Graças, na
loggia de Cupido e Psique. O quarto do primeiro andar contém A
noite de núpcias de Carlos Magno (1517), de Sodoma.
Passagem,
novamente, para a margem direita do rio Tibre, em direção ao Campo
de’ Fiore.
Pausa
para degustarmos uns docinhos da Sicília, devidamente acompanhados
por granizados de café e de limão, na Pasticceria I dolci di
Nonna Vincenza.
Seguimos
para o CAMPO DE’ FIORE, uma autêntica explosão de cores, cheiros
e ruídos durante a feira matinal, que ocorre desde a Idade Média.
Sombriamente, era também o local das execuções da Inquisição,
como é atestado pela austera estátua embuçada do filósofo
Giordano Bruno, queimado neste local, em 1600.
Na
PIAZZA FARNESE, apreciámos a fachada do PALAZZO renascentista que
deu nome à praça e admirámos as fontes gémeas, constituídas por
bacias de pedra das Termas de Caracalla. Embrenhámo-nos pelos becos
labirínticos que ladeiam esta zona e, na via del Pelegrino, passámos
por uma pequena e dilapidada arcada para acedermos ao pequeno e
discreto pátio ARCO DEGLI ACETARI, imutável desde a Idade Média.
De
seguida, fomos explorar aquela que é considerada a mais bela praça
de Roma, a PIAZZA NAVONA. Construída sobre o antigo estádio de
Domiciano, conforme se depreende da sua forma oval alongada, está
decorada com fontes e flanqueada por palácios, igrejas e cafés
requintados. Bernini desenhou a FONTANA DEI QUATTRO FIUMI, ao centro,
que exibe na base de um obelisco, estátuas que representam os quatro
maiores rios do mundo na época: (o Nilo, o rio da Prata, o Ganges e
o Danúbio) e acrescentou a figura do mouro à fonte sul, a FONTANA
DEL MORO.
Na
praça, entrámos na loja Al Sogno e desfrutámos de uma
viagem nostálgica à nossa infância, entre bonecas e casas de
bonecas, ursos de pelúcia em tamanho (quase) real e todo o tipo de
brinquedos tradicionais e artesanais. De seguida, demos um pulinho ao
corso rinascimento e fomos explorar a loja Ai monasteri,
que vende apenas produtos caseiros confecionados em mosteiros de toda
a Itália, desde, mel, licores, cosméticos, elixires, entre outros.
No fim
da via di S. Maria Dell’Anima, encontrámos o PASQUINO, uma estátua
sem rosto, nem braços que, desde 1501, tem sido uma das mais sonoras
statue parlante da cidade, por meio de placas que gracejadores
anónimos lhes penduravam ao pescoço.
De
seguida, fomos explorar a VIA DEI CORONARI, assim chamada devido aos
artesãos e vendedores de rosários que dominavam a rua nos tempos em
que era a principal rota de peregrinação para São Pedro. Esta rua
é hoje famosa pelos seus antiquários.
Na via
dei Portoghesi, visitámos IGREJA SANT’ANTONIO DEI PORTOGHESI, uma
joia barroca, onde se fazem muitos concertos de órgão. Em frente à
igreja pudemos observar a Torre della Scimmia, um raro vestígio da
Roma medieval.
De
volta à praça Navona, onde apreciámos o bulício dos artistas de
rua e dos turistas, enquanto degustávamos os nossos TARTUFOS
(pecaminosas bolas de gelado artesanal, onde raspas grossas de
chocolate negro cobrem a bola de gelado de chocolate, com recheio de
fudge e uma cereja, rematadas com creme de chantilly, uma bolacha de
manteiga fina em forma de coração e um charuto de bolacha), do café
histórico Tre Scalini.
Energias
repostas, fomos visitar o interior da SANT’ AGNESE IN AGONE, igreja
construída em honra de uma adolescente, Santa Inês, que foi despida
num bordel, mas cujo cabelo cresceu por milagre para cobrir a sua
nudez. A fachada de Borromini é um jogo maravilhoso de formas
côncavas e convexas.
Despedimo-nos
da Piazza Navona e fomos visitar a CHIESA NUOVA, de 1575, onde Piero
da Cortona pintou a cúpula e a abside e Rubens tem três telas
expostas.
De
seguida, SANT’ ANDREIA DELLA VALLE, igreja conhecida por ser o
cenário do primeiro ato da Tosca, de Puccini. Esta igreja possui a
segunda maior cúpula da cidade, uma exuberante fachada barroca
assimétrica (só um anjo, à esquerda, sustenta o nível superior)
e, no interior, alguns esplêndidos frescos de Domenichino.
No
percurso para a Piazza Campitelli, deparamo-nos com a FONTANA DELLE
TARTARUGHE, uma obra de três artistas. Giacomo della Porta desenhou
a fonte, entre 1581 e 1584, Taddeo Landini, esculpiu os quatro
rapazes de bronze e, em 1658, foram acrescentadas as tartarugas,
possivelmente, por Bernini.
Finalizámos
o dia, onde o havíamos iniciado, no CIRCUS MASSIMUS.
No comments:
Post a Comment